Em
recente pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro, ficou constado que o jovem
estudante brasileiro, em média, só ler prazerosamente, ou seja, longe das
obrigações referentes às provas bimestrais e vestibulares, 1,8 livros por ano,
demonstrando assim, o fracasso do ensino em nossas escolas públicas, desde a
primeira série até o último ano do ensino médio, com relação ao incentivo à leitura,
tendo como consequências, os índices alarmantes e negativos quando nossos
jovens são questionados em provas realizadas, tanto pelo governo federal, como
é o caso da Prova Brasil, quanto pela avaliação do Pisa, prova realizada aos
jovens de variados países com idade de 15 anos, no período trienal.
Sendo
assim, e ao indagar os atuais alunos das turmas do 8º ano da EMEF Dom Pedro I,
em Rondon do Pará, sobre quantas leituras os mesmos desenvolveram no último
período de férias, tendo como resultado uma ou duas leituras por raríssimos
estudantes, é que resolvi adotar este ano, o projeto educacional De vento em
popa, em sala de aula, com o objetivo de incentivar o hábito da leitura
não-obrigatória a estes jovens alunos.
A
estratégica do projeto é bem simples: são apresentados alguns livros antes de
começar efetivamente a aula, seguida por uma resenha oral ou escrita. De
repente alguns alunos se aproximam da mesa, manuseiam os livros, e logo todos
os exemplares são evaporados aos olhos do professor. Uns até cheiram o livro,
sentido aquele cheiro doce de vidas que ali pairam. Dá trabalho, porém, de
acordo com os números revelados até agora, compensa.
Na
atualidade, ao fechar o primeiro trimestre, já encontramos alunos com um
desenvolvimento de leitura bem acima da meta estipulada. Dos sessenta
participantes do projeto, já temos um terço deles com quatro leituras mensais,
que é a nossa meta. Porém, dentro de universo daqueles que já estão dentro da
meta, podemos encontrar alunos que já leram em três meses de trabalho um número
generoso de trinta leituras; enquanto outros, com vinte e oito leituras; e
outros ainda com vinte e seis leituras não-obrigatórias, demonstrando assim,
que aquela velha máxima de que os nosso jovens não gostam de ler, não tem assim
muito validade por aqui.
Talvez
os nossos jovens não foram, ou não estão sendo educados, a fim de desenvolver
prazerosamente uma leitura, ou seja, o devoramento de páginas e mais páginas de
um bom livro. Talvez os nossos jovens não estão sendo incentivados ao hábito da
leitura, ou seja, educados a viajar pelo mundo mágico das letras, pelo tempo e
pelo espaço, sem lenço e sem documento, numa rede preguiçosa pra deitar. Uma
coisa é certa: dá muito trabalho, porém, o resultado é extremamente
compensativo.
Profº.
Ms. Robson Luiz Veiga
EMEF Dom Pedro I
Rondon do Pará