Alguém aqui na sala já ouviu falar no nome de Clarice Lispector?
A resposta foi uníssona: um simples Não!
Depois dessa primeira indagação, ocorreram outras:
Recife é capital de qual estado brasileiro?
Qual é a dança tradicional do carnaval em Recife?
Qual é o nome carinhoso que recebe a cidade de Recife?
Depois de falar um pouco sobre Clarice, iniciamos silenciosamente a leitura do belíssimo conto Felicidade clandestina - e logo após, uma leitura compartilhada.
"No dia seguinte
fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e
sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que
havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para
buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava
toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de
andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o
dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o
amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre não caí
nenhuma vez."
Felicidade clandestina
Clarice Lispector
Dialogando com este texto, citamos a jovem estudante Kaciane Marques
de dez aninhos, que desde o seis anos até agora já chegou a ler 407 livros.
Mostramos aos alunos que mediante a leitura de um texto, como este conto de Clarice,
somos capazes, enquanto leitores, de viajar sem lenço e sem documento pelo mundo mágico das letras, a ponto até de conhecer a Veneza brasileira, a terra do Frevo -
patrimônio cultural imaterial brasileiro.
Profº. Ms. Robson Luiz Veiga
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